A espécie humana extinta, até então desconhecida pela ciência, foi descoberta através de achados fósseis na China e revelada em estudo plublicado em 02/11/2024 na Revista Nature.
Os restos mortais de 16 indivíduos intrigaram os cientistas pelo tamanho dos crânios, maiores e mais largos que os dos neandertais e que os dos Homo sapiens, e pelos os dentes igualmente grandes.
Os pesquisadores Christopher J. Bae do Departamento de Antropologia da Universidade do Havaí em Manoa, Honolulu, HI, EUA e Xiujie Wu do Instituto de Paleontologia e Paleoantropologia de Vertebrados da Academia Chinesa de Ciências, Pequim, China, revelaram que a nova antiga espécie que foi nomeada de Homo juluensis, pode ter sido extinta há cerca de 50 mil anos atrás.
A linhagem teria vivido durante uma época de mudanças climáticas drásticas, chegando possivelmente a enfrentar um período glacial.
Os fósseis dos dentes do Homo juluensis foram comparados com os dos denisovanos, um outro grupo de humanos antigos descoberto na Sibéria em 2008, onde se constatou pela superfície das mordidas que os molares eram quase exatamente idênticos.
Isso levou os descobridores dos fósseis na China a postularem a hipótese, de que os denisovanos talvez sejam um grupo de humanos pertecentes ao Homo juluensis e não uma espécie separada, o que demandará mais estudos para comprovar ou refutar a proposição.
Junto aos achados fósseis do sítio arqueológico Xujiayao, do norte da China, onde a espécie de hominídeo foi identificada, foram encontrados também numerosos artefatos, ferramentas de pedra e ossos de animais.
O estudo indica que o Homo juluensis era formado por caçadores especialmemte de cavalos e confecionavam roupas a partir de peles. Eles viviam em pequenos grupos, podendo terem desaparecido quando os primeiros humanos modernos migraram para a Europa e para a Ásia.
Os fósseis do H. juluensis foram encontrados na década de 70, mas apenas mais recentemente, os cientistas puderam concluir as análises sobre o acervo paleontológico descoberto, baseados em modelos, técnicas e evidência mais modernas e inferir sobre os resultados que foram publicados.
Ainda segundo o estudo, múltiplas linhagens de hominídeos estavam presentes durante o Quaternário Tardio, no leste asiático, conforme mostram pesquisas recentes.
Bibliografia
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Imagem da Capa – Homo juluensis – Ilustração – Por lifo.gr. Disponível em: https://www.lifo.gr/sites/default/files/styles/max_1920x1920/public/articles/2024-12-03/Homo-Jululensis.jpg?itok=LDH_lj48
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