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Em cerca de 250 Milhões de anos surgirá um novo supercontinente dizem cientistas

A estrutura da Terra é composta por crosta, manto superior, manto inferior, núcleo externo e núcleo interno.

A crosta é formada por rochas rígidas que compõem a parte mais externa na superfície do globo. O manto superior é formado pela litosfera, conjunto de rochas rigidas abaixo da crosta e contíguos à ela e pela astenosfera, camada de rocha semi derretida, portanto maleável, localizada abaixo da litosfera.

A litosfera é toda fraturada formando extensos blocos, as placas tectônicas, que flutuam sobre o manto.

As placas tectônicas se movimentam lenta e continuamente devido ao manto ser de constituição pastosa, formado por rocha derretida, ou seja em fusão, devido as altas temperaturas do interior do planeta. Esse material é chamado de magma.

O movimento das placas tectônicas resulta em diversos fenômenos geológicos que juntamente com o intemperismo químico e físico na superfície moldam o relevo do planeta compondo as diversas paisagens que observamos.

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Os continentes estão em constante transformação. Isso quer dizer que a configuração atual das massas continentais vai ser alterada no futuro, como já aconteceu diversas vezes no passado remoto, durante a longa história da Terra desde a sua formação até os dias atuais.

O calor proveniente dos fenômenos que ocorrem no interior da Terra gera correntes de convecção, os materiais mais quentes e menos densos se deslocam em direção à superfície e os materiais mais frios e densos afundam.

Essas correntes provocam o movimento das placas litosféricas em todas as direções.

As placas podem ser continentais, muito espessas e menos densas formadas principalmente por rochas graníticas; e oceânicas, menos espessas e mais densas formadas por rochas basálticas; e mistas, apresentando características combinadas das duas anteriores.

Três tipos de movimento compõem a dinâmica que faz com que os continentes alterem lentamente suas posições uns em relação aos outros e ocasionem que o relevo da superfície seja moldado.

Essa dinâmica ocorre durante longos períodos de tempo, o tempo geológico.

O movimento é divergente quando as placas se deslocam em direções opostas. Quando o deslocamento das placas acontece uma em direção à outra, o movimento é convergente. Se uma placa desliza horizontalmente em relação a outra que lhe é adjacente o movimento é transformante. O movimento transformante provoca o surgimento de falhas.

Os tipos de placas e suas interações através dos movimento que realizam umas em relação às outras dão origem a diversos fenômenos geológicos.

O movimento convergente é formador de montanhas. O movimento divergente é formador de dorsais oceânicas e de leitos do fundo dos mares pelo extravasamento e espalhamento do magma do manto.

O movimento transformante dá origem às falhas como as de San Andreas na Califórnia (EUA) e a do Norte da Anatólia (Turquia).

No movimento convergente pode ocorrer um choque entre duas placas continentais ou entre placas continentais e placas oceânicas.

O choque entre duas placas continentais provocaram o surgimento de grandes cadeias montanhosas como o Himalaia, formado pela colisão das placas Indo-Australiana e Eurasiana.

O choque entre uma placa continental e uma placa oceânica, ocasiona que a placa oceânica por ser mais densa, tende a afundar sob a placa continental no fenômeno chamado subdução.

Isso faz com que haja um soerguimento da crosta na confluência onde as placas colidem, fazendo surgir também enormes cadeias de montanhas. É o que aconteceu com a formação da Cordilheira dos Andes por exemplo.

Quando as placas tectônicas em seu movimento se agrupam ocorre a formação de supercontinentes.

Ao longo de sua história, a Terra já teve vários supercontinentes, onde a união das placas formaram enormes blocos litosféricos agregados rodeado pelos oceanos.

Teorias científicas apontam que o primeiro supercontinente teria sido Valbara, há 3,6 bilhões de anos atrás. Depois veio UR, formado há 3 bilhões de anos. O supercontinente seguinte, Kenorland, se formou há 2,7 bilhões de anos.

Colúmbia foi o supercontinente seguinte tendo se fundido há 1,8 bilhão de anos. Rodínia foi o supercontinente que existiu há 1,1 bilhão de anos atrás. Pannotia o sucedeu há cerca de 1 bilhão de anos. Pannotia acabou se dividindo em quatro, Gondwana, Báltica Sibéria e Laurentia.

Pangeia foi o último supercontinente de que se tem notícia tendo se aglomerado entre 175 e 336 milhões de anos atrás.

A fragmentação de Pangeia e o fenômeno de deriva continental deu origem aos continentes em sua configuração atual da forma que os conhecemos.

O ciclo de Wilson, que descreve a fragmentação e a formação de supercontinentes, é um processo contínuo que molda a superfície da Terra há bilhões de anos.

O próximo supercontinente, segundo algumas teorias baseadas em modelos matemáticos, será a Nova Pangeia ou Pangeia Última. Mas por enquanto são apenas especulações feitas a partir de projeções baseadas em dados do que já aconteceu no passado.

Segundo Scotese, o supercontinente Nova Pangeia será o resultado da subducção do fundo do oceano do Atlântico Norte e Sul sob o leste da América do Norte e América do Sul. Este supercontinente terá um pequeno oceano interno restrito em seu centro.

Esse evento acontecerá em cerca de 250 milhões de anos no futuro. Extremos climáticos resultantes deste fenômeno, poderão provocar a extinção dos mamíferos terrestres, por causa da sua exposição a condições ambientais críticas que ultrapassarão os limites fiosiológicos que podem suportar.

Atualmente as principais placas tectônicas são a placa africana, a placa antártica, a placa eurasiática, a placa norte americana, a placa sul americana, a placa do pacífico, a placa indo-australiana, a placa de nazca, a placa do caribe e a placa arábica.

O Brasil fica situado no centro da placa sul americana, que por estar atualmente relativamente distante de pontos críticos de interação com outras placas, apresenta a característica de não ser afetado em grande escala por abalos sismicos ou outros fenômenos geológicos mais severos.

A interação das placas tectônicas é um processo contínuo que molda a superfície da Terra e influencia muitos aspectos do nosso planeta, desde a formação de cadeias de montanhas até a ocorrência de terremotos e erupções vulcânicas.

FARNSWORTH, Alexandre et al. Extremos climáticos provavelmente levarão à extinção de mamíferos terrestres durante a próxima montagem do supercontinente. Revista Nature [S.I]. USA, Setembro de 2023. Disponível em: https://www.nature.com/articles/s41561-023-01259-3. Acesso em 21/02/2025 às 14:45 h.

SCOTESE, Christopher R. “Pangea Ultima” will form 250 million years in the Future. Paleomap Project [S.I]. Chicago, USA. Disponível em: http://www.scotese.com/future2.htm. Acesso em 21/02/2025 às 16:15 h.

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Jefferson Alvarenga

Jefferson Alvarenga é criador e editor do Site Biota do Futuro. Biólogo, Pós Graduado em Gestão da Saúde Ambiental e em Imunologia e Microbiologia. Apaixonado por educação, pesquisa e por divulgação científica.

Como citar este conteúdo: ALVARENGA, Jefferson. Em cerca de 250 Milhões de anos surgirá um novo supercontinente dizem cientistas. Biota do Futuro. Betim, 22 de fevereiro de 2025. Disponível em: https://www.biotadofuturo.com.br/em-cerca-de-250-milhoes-de-anos-surgira-um-novo-supercontinente-dizem-cientistas/. Acesso em 01/04/2025 às 19:56 h.

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