AS ANGIOSPERMAS
O nome deriva do grego “angeion“, vaso, recipiente e “sperma“, semente. São plantas com flores, onde a semente é uma estrutura que abriga um embrião e que é alojada, isto é, tem como recipiente um fruto. A semente se desenvolve de óvulos fecundados pelo grão de pólen dentro de um ovário que se transforma no fruto.
As angiospermas constituem o maior grupo de plantas existentes, integrando o filo Anthophyta constituindo o maior filo de organismos fotossintetizantes.
As angiospermas têm dominado o ambiente terrestre por mais de 100 milhões de anos. Seu aparecimento repentino no registro fóssil data do início do Cretáceo há pelo menos 130 milhões de anos. Os fósseis mais antigos que guardam as características morfológicas que evidenciam uma angiosperma foram recentemente encontrados na china e denominados Archaefructus. São extremamente diversas, tanto em tamanho quanto em relação às suas características vegetativas, adaptativas e florais.
Certamente, as angiospermas mais antigas apresentavam pólen uniaperturado, isto é, com uma única abertura, como acontece com as monocotiledôneas e como os têm as gimnospermas.
Evidências evolutivas, indicam através de análises filogenéticas, baseadas em registros fósseis e dados morfológicos e moleculares, que plantas do grupo das Bennettitales e das gnetófitas, são as que apresentam características que levam a dedução de maior possibilidade de parentesco mais próximo entre elas e as angiospermas.
Essas características são reportadas como sendo a presença de estruturas reprodutivas que se parecem com flores e que são comuns aos três grupos.
Duas hipóteses que relacionam as características filogenéticas compartilhadas entre Bennettitales, gnetófitas e angiospermas, propõem análise de similaridades derivadas que são contrastantes.
Uma hipótese postula que as gnetófitas são monofiléticas e que as características similares compartilhadas entre Gnetum e Welwitischia com as angiospermas demonstram uma evolução convergente.
A outra hipótese prediz que as gnetófitas são parafiléticas e que Gnetum e Welwitischia compartilham caracteres similares homólogos com angiospermas.
ANATOMIA E FISIOLOGIA DAS ANGIOSPERMAS
A CÉLULA VEGETAL
As células são as unidades estruturais e funcionais da vida. Mesmo os organismos mais diferentes são incrivelmente similares entre si quando estudados do ponto de vista químico e físico ao nível das células.
Na natureza a partir das interações entre os átomos, os elementos se combinam formando moléculas, substâncias, compostos, polímeros, seguindo uma sequência ascendente de organização e complexidade, até as células, os tecidos, os órgãos culminando com o corpo completo de um determinado ser vivo.
Entretanto as características que definem um organismo vivo surgem de repente e não gradualmente conforme aumenta o grau de organização. A funcionalidade é um atributo que surge em estruturas complexas interconectadas e interdependentes a partir de interações físicas e químicas entre os componentes constituintes das células.
A célula vegetal é uma célula eucarionte, guardando a característica comum a todos os reinos de organismos do Domínio Eucária de possuir o seu material genético envolvido por uma membrana nuclear a carioteca, caracterizando um núcleo bem definido.
Além disso, o DNA eucariótico é linear, fortemente associado a proteínas denominadas histonas e a célula é toda compartimentada por membranas de estrutura trilaminar, contendo organelas diferenciadas e um citoesqueleto constituído de microtúbulos e filamentos de actina.
A célula vegetal difere da animal e dos fungos e protistas em muitos aspectos. Entre eles a presença de uma parede celular externa, a existência de organelas bem particulares como o vacúolo de grandes dimensões e plastídios diversos, inclusive os cloroplastos contendo pigmentos onde acontece a fotossíntese.
Outra característica exclusiva dos vegetais é a comunicação intercelular através de plasmodesmos, que são canais que conectam o conteúdo citoplasmático por onde fluem substâncias e partículas, inclusive vírus.
Também é exclusivo das células vegetais a divisão mitótica contínua em tecidos especiais denominados meristemas que proporciona o crescimento da planta e que juntamente com a expansão celular constituem fatores de desenvolvimento destes organismos de forma ininterrupta durante toda a sua vida.
Nas células vegetais também ocorrem em particular organelas denominadas glioxissomos que são uma variação dos peroxissomos das células animais porém com enzimas e finalidades específicas e diferentes.
Algumas substâncias e materiais também são específicos das células vegetais como a celulose, a hemicelulose, o amido, a lignina, a pectina, a cutina, a suberina e as cêras.
As células vegetais assim como os fungos e os procariotos não apresentam centríolos. Assim, nas plantas a divisão celular possui dois eventos que são únicos nestes organismos, o deslocamento do núcleo para o centro da célula com a formação do fragmossomo e a formação da banda pré- prófase e da placa celular. Esses eventos na célula vegetal orientam a citocinese ou seja a divisão do citoplasma entre as células filhas.
Nos vegetais os vacúolos e os peroxissomos na forma particular de glioxissomos são envoltos por uma única membrana. Nos vacúolos essa membrana é denominada tonoplasto.
Nas células vegetais os cloroplastos, assim como as mitocôndrias de todas as células eucarióticas possuem origem endossimbiótica, ou seja o englobamento e o estabelecimento de um organismo procarioto primitivo com funções características que se tornou parte integrante da célula em mútua vantagem para ambos os organismos.