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quinta-feira, 21 novembro 2024

A Classe dos Anfíbios

Os anfíbios são os primeiros TETRAPODA vertebrados a conquistarem o ambiente terrestre. A origem dos seus primeiros representantes remonta ao período Devoniano da Era Paleozóica.

Diversas conquistas evolutivas capacitaram os anfíbios a se adaptarem à vida em terra firme, mas sem que eles abandonassem as características que lhes permitem viver também na água alternadamente.

O nome Amphibia é proveniente do grego AMPHI, dual + BIOS, vida, indicando que a maioria das espécies habita parcialmente na água doce e em locais secos.

Os anfíbios viventes atualmente, segundo a maioria dos autores estão reunidos em uma só Subclasse, a dos Lissamphibia.

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Os Lissamphibia se desenvolveram deste o Triássico até o Jurássico e tempos recentes e agrupam três Ordens, Anura, Urodelos e Gymnophiona.

A ordem Anura, sem cauda, é composta pelos sapos, rãs e pererecas. A Ordem dos Urodelos (antigos Caudata) engloba as salamandras e os tritões e a Ordem Gymnophiona reúne os anfíbios apodas, sem patas, representados pelas cobras cegas.

Todos os anfíbios partilham caracteres que indicam que evoluíram a partir de um ancestral comum, provavelmente de indivíduos da Ordem Ichthyostegalia, Subclasse Labyrinthodontia, cujos vestígios fósseis mais antigos foram encontrados em rochas do Devoniano na Groenlândia.

A pele dos anfíbios é úmida por causa da contínua secreção de um fluído aquoso através de glândulas mucosas presentes em seu tegumento.

A pele em geral é fina e pigmentada em função da presença de inúmeros cromatóforos e pode ser lisa como nas rãs e pererecas, ou áspera como nos sapos com protuberâncias contendo glândulas produtoras de toxinas.

Algumas salamandras terrestres podem ter tubérculos cutâneos queratinizados. Várias cobras cegas podem ter escamas dérmicas na pele.

Nas salamandras nos tritões e nas cobras cegas a pele está intimamente aderida aos músculos do corpo, ao contrário do que ocorre com os anuros.

Anatomia Anfíbio – Arte: Biota do Futuro

A respiração acontece através de três pares de brânquias na fase embrionária e na fase larval de todos os anfíbios a respiração é cutânea e branquial. As brânquias persistem em adultos de algumas salamandras essencialmente aquáticas.

Os anfíbios adultos respiram por pulmões, pela mucosa da cavidade bucal e realizam ainda a respiração cutânea através de inúmeros vasos sanguíneos localizados sob a pele que podem absorver oxigênio por difusão tanto ao ar livre como na água.

Entretanto a maior parte da assimilação de oxigênio é feita pelos pulmões e a maior parte da liberação do dióxido de carbono é feita através da estrutura tegumentar que constitui a pele.

A circulação dos anfíbios é fechada, o sangue é composto de glóbulos vermelhos ovais e nucleados, coração com três câmaras, duas aurículas e um ventrículo, sendo que nas salamandras o septo atrial é incompleto e nos girinos o coração é como o dos peixes com apenas duas câmaras com um átrio e um ventrículo.

Nos anfíbios a circulação é dupla, pois o sangue arterial e venoso passa duas vezes no coração e incompleta pois o sangue venoso e arterial se mistura um pouco no ventrículo.

A reprodução é sexuada, sendo que nas fêmeas o aparelho reprodutor é constituído de ovário, perto dos rins, oviduto e cloaca.

Nos machos, o aparelho reprodutor é constituído pelos testículos, também próximos aos rins, pelos túbulos seminíferos, pelos ductos eferentes e pela vesícula seminal em algumas espécies.

O esperma é eliminado através da cloaca durante o acasalamento. Órgão copulador existente nas cobras cegas.

A fecundação pode ser interna ou externa nas cobras cegas ou somente externa nos anuros e urodelos. O desenvolvimento é indireto nos anuros e urodelos, com uma fase larval e aquática na forma de girinos que se metamorfoseiam em adultos. Nas cobras cegas o desenvolvimento pode ser também direto em algumas espécies.

Os ovos dos anfíbios são anamniotas ou seja não apresentam âmnio, cório e e nem alantóide e não apresentam casca calcária, necessitando do meio aquático para se desenvolverem.

O sistema nervoso dos anfíbios é composto pelo ENCÉFALO que apresenta um par de lobos olfativos, sendo protegido por uma caixa craniana. O encéfalo é composto pelo CÉREBRO com lobos óptcos bem desenvolvidos, pelo BULBO e pelo CEREBELO responsável pelo equilíbrio dos movimentos.

O olfato e a visão são bem desenvolvidos e a audição é feita através das membranas timpânicas que transmitem as ondas das vibrações sonoras para o ouvido interno.

A medula espinhal é protegida pela coluna vertebral disposta na região dorsal.

A excreção dos anfíbios é realizada por um par de rins MESONÉFROS ligados à bexiga através de uréteres. A bexiga desemboca na cloaca que libera a urina composta de uréia nos adultos e amônia nos girinos.

O esqueleto é composto geralmente por um CRÂNIO LARGO e achatado com órbitas grandes, CINTURA ESCAPULAR que sustenta os ossos dos membros superiores e CINTURA PÉLVICA que sustenta os ossos dos membros inferiores. A COLUNA VERTEBRAL é composta por vértebras soltas e fundidas. Nos girinos os esqueleto e essencialmente CARTILAGINOSO com poucas partes ósseas.

A digestão é realizada por um tubo digestivo completo com o auxílio de glândulas anexas constituídas pelo fígado e pelo pâncreas. Os adultos se alimentam de insetos e os girinos se alimentam de larvas e plâncton.

Cerca de seis mil espécies de anfíbios são conhecidos e catalogados em todo o mundo.

São todos PECILOTÉRMICOS, ou seja, não apresentam um mecanismo de regulação interna da temperatura do corpo. Os animais com essa característica fisiológica são também chamados ECTOTÉRMICOS ou HETEROTÉRMICOS.

A temperatura destes animais varia com a do ambiente e eles possuem hábitos que permitem que assimilem calor em determinados momentos do dia e o conservem em outros para que o seu metabolismo transcorra em condições ideais.

Na água são nadadores, sendo que na fase larval utilizam a cauda e quando adultas, as rãs utilizam as patas, que possuem membranas interdigitais. As pererecas apresentam discos adesivos nos dedos com os quais podem escalar superfícies verticais.

Alguns anfíbios podem ser venenosos, alguns deles estão inclusive entre os animais mais venenosos da natureza.

Os sapos possuem uma glândula paratóide que produz veneno que é eliminado apenas quando é apertada, e muitas glândulas pequenas espalhadas por toda superfície do corpo, produtoras de muco e veneno.

Os anfíbios foram os principais predadores dos períodos Carbonífero e Permiano, mas muitas linhagens foram exterminadas durante a extinção do Permiano-Triássico.

Jefferson Alvarenga é Biólogo, Pós Graduado em Gestão da Saúde Ambiental.

Bibliografia

STORER, TRACI  I. et al. Zoologia Geral. 6ª ed. São Paulo. Companhia Editora Nacional, 2007. 816 p.

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Jefferson Alvarenga

Jefferson Alvarenga é criador e editor do Site Biota do Futuro. Biólogo, Pós Graduado em Gestão da Saúde Ambiental e em Imunologia e Microbiologia. Apaixonado por educação, pesquisa e por divulgação científica.
Como citar este conteúdo: ALVARENGA, Jefferson. A Classe dos Anfíbios. Biota do Futuro [S.I]. Betim, Minas Gerais, 15 de fevereiro de 2019. Notícias. Disponível em https://www.biotadofuturo.com.br/a-classe-dos-anfibios/. Acesso em: 21/11/2024.

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