Voltamos de novo ao assunto das plantas com flores, as angiospermas. Vamos tratar hoje sobre um pouquinho da anatomia e fisiologia da reprodução neste grupo de vegetais.
As angiospermas co evoluíram com outros organismos, se beneficiando disso para o seu sucesso ecológico no planeta.
A evolução floral, recebeu enorme contribuição dos insetos e outros animais, onde todos os componentes envolvidos passaram por adaptações para melhor satisfazer as necessidades de cada um.
As cores das flores funcionam como avisos visuais aos seus polinizadores e são obtidas por pigmentação de dois tipos os carotenóides e os flavonóides principalmente.
Os nectários são glândulas que secretam néctar um fluído açucarado que atrai polinizadores e fornece alimento e nutrientes a eles.
O material espermático masculino, se desenvolve no interior do grão de pólen no saco polínico e é tricelular. O que isto significa?
Significa que o grão de pólen maduro ou germinado transferido para o estigma pela polinização, contém uma célula do tubo e dois gametas.
No estigma, uma das partes femininas envolvidas na reprodução das plantas com flores, o grão de pólen se hidrata e forma o tubo polínico.
Para o crescimento do tubo polínico o estigma sofre modificações fisiológicas e estruturais, secretando uma solução açucarada por um tecido glandular.
O óvulo ou saco embrionário é composto de sete células e oito núcleos sendo, 1 oosfera, 2 sinérgides, 1 célula central, e 3 antípodas. Sendo todas nucleadas logicamente, porém a célula central possui 2 núcleos.
O tubo polínico cresce dentro do estilete transportando os dois gametas e o núcleo da célula do tubo.
Um sinal químico liberado pelas sinérgides atrai o tubo polínico até o ovário ou saco embrionário.
No percurso modificações citoplasmáticas das células do tubo polínico sintetizam um material que une as três células masculinas do grão de pólen.
O tubo polínico atinge o ovário ou saco embrionário e entra no óvulo pela micrópila penetrando uma das duas sinérgides onde descarrega as três células masculinas.
Em seguida um dos gametas entra na oosfera fecundando-a formando o zigoto e o outro entra na célula central unindo-se aos dois núcleos polares. O zigoto desenvolve-se no embrião que é diplóide.
A medida que o material espermático masculino se aproxima da oosfera e da célula central, esta última forma extensões celulares para recepcionar os gametas.
Na maioria da angiospermas apenas um dos gametas é funcional e fecunda a oosfera. O outro degenera.
O envolvimento de dois gametas sendo que um fecunda a oosfera e o outro se une aos núcleos polares se degenerando é chamado de dupla fecundação, fenômeno que só compartilhada no reino vegetal com duas espécies de gnetófitas do grupo das gimnospermas.
A fusão de um dos gametas masculinos aos dois núcleos polares femininos é chamada de fusão tripla, resultando no núcleo primário dos endosperma que é triplóide.
Para concluir o processo, o núcleo da célula do tubo degenera, bem como a sinérgide remanescente e as antípodas.
Em angiospermas a fecundação é indireta pois o pólen não entra em contato direto com os óvulos, passando antes pelo estigma e pelo estilete antes de atingir o ovário onde estão os óvulos.
Em gimnospermas, como vimos em posts anteriores a polinização é direta. O tubo polínico cresce diretamente dentro do óvulo.
O autor: Jefferson Alvarenga é Biólogo, Pós Graduado em Gestão da Saúde Ambiental.
Bibliografia
RAVEN, Peter H.; EVERT, Ray F.; EICHHORN, Susan E. Biologia Vegetal. 7ª ed. Rio de Janeiro. Guanabara koogan S.A, 2007. 830 p.
RICKLEFS, Robert E. A Economia da Natureza. 5ª ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2009. 503 p.
RECH, André Rodrigo et al. Biologia da polinização. Rio de Janeiro. Projeto Cultural, 2014. 527 p.
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