Estudo de 2017 mostrou a existência de aves que usam a estratégia de espalhar fogo para fins de caça na AUSTRÁLIA e NÃO no Brasil. O trabalho foi publicado no Journal of Ethnobiology. Vamos conversar um pouquinho sobre isso.

Os pesquisadores verificaram o comportamento em três espécies que provocam incêndios, os milhafres-pretos (Milvus migrans), os milhafres-assobiadores (Haliastur sphenurus) e os falcões marrons (Falco berigora), que vivem na Austrália e espalham o fogo de propósito com o objetivo de capturar presas para se alimentar.

As três espécies de pássaros pegam gravetos parcialmente em brasa em regiões incendiadas e os carregam para áreas não queimadas a fim de forçar que diversos animais empreendam fuga para escapar das chamas e possam ser vistos e apanhados com mais facilidade.

Segundo as s evidências, “essas aves só recorrem a essa metodologia de caça se o incêndio atingiu seu limite de expansão e ameaça se apagar”.

No Brasil isso não se sustenta sob a perspectiva da ciência, por que não existe nenhum caso parecido comprovado e documentado.

Os cientistas ainda não sabem se existem outras aves ao redor do mundo que comprovadamente apresentem a mesma técnica para forragear, ou seja, para obter recursos alimentares na natureza.

Assim essa tese em sí, carece de embasamento científico quando relacionada à nossa realidade. A ciência não tem evidências publicadas e revisadas por pares que corroborem a ocorrência dessa atividade no Brasil ou em outra parte do mundo por enquanto.

As principais causas de incêndios florestais no Brasil são a temporada de seca que é cíclica, combinada com as atividades humanas.

Atividades humanas inapropriadas, especialmente nesse período, terminam muitas vezes por fugir acidentalmente ao controle, mesmo sem intenção.

A combinação de clima seco, ventos fortes e baixa umidade do ar favorece a rápida propagação do fogo, o que torna os incêndios, eventos catastroficamente devastadores.

Queimar lixo precisa ter cuidado principalmente em áreas abertas onde o fogo pode se alastrar. Usar o fogo mesmo que acompanhado para preparar o terreno para plantar é uma prática inadequada, especialmente entre os indígenas, que deve ser abolida, pois pode se descontrolar. Jogar bitucas de cigarro nas margens das estradas é no mínimo irresponsabilidade e falta de consciência.

Mas ocorrem também ações criminosas deliberadas de diversos tipos. Os motivos? Irresponsabilidade, cueldade, maldade proposital e ganância.

O desmatamento inadivertido para expansão das froteiras agropastoris, para a extração ilegal de madeira e para as atividades de garimpo e as queimadas criminosas realizadas nesses locais, constituem outro grande foco de problema que precisa ser enfrentado pelas autoridades com ações efetivas para além das narrativas demagógicas.

Mas infelizmente, muitos incêndios verificados nas plantações, podem ter como origem a possível atividade de grupos que podem querer prejudicar o agronegócio brasileiro, por motivos de ódio político e ideológico.

É uma hipótese, uma possibilidade, que não pode ser descartada, o que se configuraria como crime e terrorismo ambiental! É preciso as autoridades investigarem a fundo cada caso em particular. E punir os verdadeiros responsáveis se for o caso.

Finalmente, falta FISCALIZAÇÃO, investimentos em educação, campanhas de conscientização ambiental, investimentos em treinamento e capacitação de agentes públicos, disponiblização de recursos técnicos e materiais, planejamento, previsibilidade, prevenção de riscos e ações mitigadoras efetivas e imediatas, como resposta a cada ocorrência.

Mas há uma situação ainda a considerar. Nesse caso das notícias sobre as aves incendiárias que foi veiculada por diversos veículos de mídia, a despeito da verdade dos fatos colocada no corpo das reportagens, existiria um objetivo a mais “escondido” nos títulos das matérias?

Sabe-se atualmente que uma grande parte da mídia tem sido extremamente tendenciosa para um lado específico do espectro político do nosso país. Sabe-se também sobre as poupudas verbas que são destinadas a esses veículos de imprensa “amigos” do sistema para a propaganda oficial.

Todos sabem também que, seja por falta de tempo diante da correria na luta pela vida, principalmente das pessoas mais simples, seja por preguiça, por falta de paciêncie e cuidado, e mesmo por desinteresse e imediatismo, a maioria das pessoas lêem apenas o título das peças jornalísticas.

Haveria uma intenção proposital nos títulos de jogar com o imaginário e a tendência das pessoas em justificar narrativas, dado a atual divisão política que vive o país, segundo a preferência de cada um?

Seria essa uma forma de desinformação velada, uma cortina de fumaça, para amaciar, suavizar e até ocultar o descaso do poder público em relação a estes e outros problemas que vivemos na atualidade e proteger as narrativas de irem por água abaixo diante da opinão pública?

Qual a real intenção dos títulos não totalmente claros das matérias, num momento tão crucial, onde os ambientes naturais do país estão queimando de uma forma sem precedentes e a fumaça e a poluição provenientes dos incêndios florestais não deixam dúvidas da magnitude, da gravidade e da falta de ação governamental para proteger os nossos biomas dessa catástrofe?

Se as intenções são boas é preciso no mínimo mais cuidado.

Vários segmentos da imprensa do Brasil precisam voltar a ser sérios, éticos, intelectual e moralmente honestos, responsáveis, para retomar o seu papel social de informar com isenção e imparcialidade, deixando de lado o víes ideológico a fim de ajudar o nosso pais na retomada e fortalecimento da plena democracia para o bem de todos.

Por isso, sempre é bom realçar a importância de se ler os textos inteiros das reportagens e não somente os títulos, como forma de cada um se informar adequadamente e não ser levado a se enganar por meias verdades.

Bibliografia

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Capa: Imagem de Ylvers por Pixabay. Disponível em: https://pixabay.com/photos/forest-fire-trees-burning-forest-432870/