Os biomas brasileiros são repletos de belezas cênicas, particularidades geográficas, bio e geo diversidade, variedade de povos e culturas, climas específicos, e imensas fragilidades.
Guardam ainda importantes e valiosos recursos naturais em termos de riquezas minerais, SERVIÇOS AMBIENTAIS de grande importância para o equilíbrio natural e climático do continente, ricas áreas cársticas e paleontológicas e magníficos estoques de PRODUTOS AMBIENTAIS muitos deles ainda desconhecidos e inexplorados.
É preciso refletir e buscar soluções coletivas para uma ocupação dos espaços naturais de forma ética e sustentável com o repeito aos povos tradicionais e suas culturas, a manutenção do equilíbrio ambiental e a conservação da biodiverdidade e das águas.
AMAZÔNIA
A amazônia apresenta incrível biodiversidade, porém, é sustentada por frágeis interações ecológicas sendo o ecossistema inteiramente dependente da reciclagem do material orgânico produzido pela floresta.
Todo o delicado equilíbrio da região está constantemente ameaçado pelas ações antrópicas que podem comprometer irreversivelmente o habitat de criaturas que possivelmente ainda nem foram catalogadas e estudas, tal a imensidão de seu estoque biológico.
É o maior bioma brasileiro com 4.196.943 km2 (IBGE,2004). Sua imensa bacia hidrográfica é a maior do mundo e abrange cerca de 6 milhões de km2.
Com 1.100 afluentes, seu principal rio, o Amazonas, nasce na cordilheira dos Andes e atravessa toda a região desaguando no Oceano Atlântico, onde lança ao mar cerca de 175 milhões de litros d’água a cada segundo.
A amazônia é também o berço de esplendorosa riqueza e diversidade cultural, abrigando povos que detêm o conhecimento tradicional a respeito da forma de usar e de explorar o seu rico acervo de recursos naturais sem esgotá-los e sem interferir no seu equilíbrio ecossistêmico.
A amazônia está assentada sobre a província geológica definida como Cráton Amazonas. Esse Cráton é originado de fragmentos pré cambrianos provenientes de micro continentes que formaram o supercontinente Atlântica durante o arqueano.
O Cráton Amazonas está localizado no norte da plataforma sul americana e evidencia dois escudos, o escudo Guaporé ao sul (Brasil central) e o escudo das Guianas ao norte.
A bacia do rio Amazonas divide os dois escudos e é de origem paleozóica, composta de sedimentos acumulados durante milhões de anos, culminando com a formação da sua configuração atual no cenozóico.
As altas temperaturas e os elevados índices pluviométricos, fazem do bioma amazônico um ambiente onde os solos são enormemente afetados pelo intemperismo químico.
Assim, a alta vulnerabilidade aos processos de lixiviação, é amenizada pela capa de serrapilheira de origem vegetal, que protege o solo da perda de nutrientes e o supre constantemente com material de origem orgânica.
As rochas mais antigas do Cráton Amazônia estão na Serra dos Carajás com idade aproximada de 3 bilhões de anos.
A América do Sul e a África estiveram unidos no supercontinente Gondwana durante o proterozóico. Nessa época o rio Amazonas, segundo alguns autores fluía do leste para o oeste desaguando no Oceano Pacífico. A sua nascente estava em algum lugar no que hoje é a áfrica central.
Durante o mesozóico Gondwana sofre ruptura e a placa sul americana se move para oeste se chocando com a placa de Nazca que flutuava no manto para leste.
Surge a cordilheira dos Andes, que barra o curso original do rio Amazonas. Na cordilheira se formam lagos e geleiras que se tornam mananciais que vão alimentar a calha do rio que passa então a correr para o leste em direção ao Oceano Atlântico após suave inclinação ocorrida na placa sul americana.
Outra hipótese postula que após a formação dos Andes, existia no Mioceno um divisor de águas, o Arco Purus mais à oeste, onde as nascentes se dividiam em duas bacias, uma corria para leste desaguando na atual foz e outra para oeste onde formava terrenos pantanosos extensos, o Sistema Pebas aos pés da cordilheira.
Com os processos de soerguimento dos Andes e a inclinação da placa sul americana na costa do Atlântico, aliados a atividades de erosão, estoques aquáticos de lagos andinos alimentaram um fluxo massivo do rio definitivamente para o leste.
O bioma amazônia abriga a maior floresta equatorial do mundo. Abriga 30 mil espécies vegetais sendo que destas 2500 espécies de árvores representam 1/3 de toda a madeira de origem tropical do mundo.
A amazônia é formada por diversos ecossistemas representados por floresta úmidas de terra firme, e aquelas parcialmente alagadas durante os períodos de cheia dos rios da região, matas com variadas estratificações e campos variados.
Bibliografia
ZOLNERKEVIC, Igor. O passado remoto de um grande rio. Revista Pesquisa Fapesp. Edição 223. 2014 – Acessado em 16/11/2017 às 14:30 hs.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Biomas. Amazônia. Acessado em 16/11/2017 às 15:30 hs.
CAATINGA
A caatinga é o bioma que predomina na região nordeste do Brasil. Sua vegetação é caracterizada por espécies vegetais bem adaptadas à seca, aos solos ácidos e pobres em nutrientes, às altas temperaturas, apresentando formas retorcidas, tipicamente baixas, a maior parte arbustiva com muitos espinhos.
A Caatinga abrange uma área de 844.453 Km2, representando 11% de todo o território brasileiro, se constituindo no único bioma localizado de forma exclusiva e totalmente nos nossos domínios geográficos.
Este bioma é habitado por 178 espécies de mamíferos, 591 espécies de aves, 177 espécies de répteis, 79 espécies de anfíbios, 241 espécies de peixes e 221 espécies de abelhas.
A “Mata Branca” é o significado do nome Caatinga, traduzido do Tupi- Guarani e compreende território dos estados de Alagoas, Piauí, Ceará, Maranhão, Bahia, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Sergipe a região norte de Minas gerais.
Suas raízes culturais são provenientes de diversas populações humanas que acorreram para a região desde os tempos do Brasil colônia, com fortes influências da miscigenação com negros e índios.
CERRADO
O cerrado é o bioma brasileiro mais alterado pelas atividades antrópicas nos tempos mais recentes.
É o segundo maior bioma da parte sul do continente americano. Seus solos são geralmente muito porosos, portando severamente lixiviados pelo carreamento de seus nutrientes pelas águas pluviais.
O cerrado apresenta em seus domínios importantes bacias hidrográficas, e grandes aquíferos subterrâneos, sendo o Aquífero Guarani o maior existente em seu território e o segundo maior do Brasil e da América do Sul.
Devido à alta permeabilidade de seus solos francamente porosos, se torna elemento chave na absorção de grandes quantidades das águas das chuvas que caem na região, contribuindo enormemente na recarga dos aquíferos, nascentes e mananciais que abriga.
A vegetação do cerrado é constituída de vários tipos e estratos, variando de arbustos, árvores baixas retorcidas e com cascas grossas tipo cortiça resistentes ao fogo, até matas ciliares, matas de galeria, campos e ambientes rupestres.
MATA ATLÂNTICA
O bioma Mata Atlântica constitui ambientes extremamente úmidos com altos índices de pluviosidade, e enormes taxas de evapotranspiração provenientes de sua densa vegetação.
A umidade e a serrapilheira representada por folhas e galhos que caem no solo, sustentam uma floresta com enorme biodiversidade com árvores de grande porte de até 30 metros de altura.
Originariamente cobria uma área de 1,1 milhões a 1,3 milhões de km², mas com a chegada dos portugueses e à partir da colonização foi profundamente alterada pelas atividades humanas, inicialmente com o extrativismo intensivo do Pau Brasil.
A devastação se seguiu com o crescimento das populações humanas acompanhada pela implantação e o avanço de grandes áreas urbanas e de atividades agro pastoris.
Hoje a área remanescente se encontra bastante reduzida, embora ainda abrigue um dos mais importantes estoques de biodiversidade do mundo, tendo sido declarada um Hotspot pela Conservação Internacional.
Um HOTSPOT pode ser caracterizado como uma região natural que possua alto índice de biodiversidade e endemismo de espécies, que tenha mais de 1500 espécies de plantas vasculares encontradas somente no ambiente em questão e que possua somente 30% ou menos de sua vegetação original ainda intacta.
A Mata Atlântica abriga cerca de 35% das espécies existentes no Brasil, abrange 17 estados brasileiros.
Cobre ainda uma extensa área mais relacionada com a região costeira que vai do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, avançando montanhas a dentro em direção à parte mais interior do continente em muitas regiões.
Sendo uma floresta densa e úmida, a incidência de luz é reduzida no interior das matas, o que faz seu dossel arbóreo avançar nas alturas em busca dos raios solares.
As bromélias e as orquídeas, povoam os troncos das árvores numa relação mutualística, aproveitando os nutrientes e a umidade das superfícies e reentrâncias dos mesmos sem causar nenhum prejuízo às suas anfitriãs.
Também begônias aproveitam o ambiente úmido, enquanto florescem árvores como jequitibás, jacarandás, maçarandubas, angicos, ipês de diversos matizes, pau Brasil, embaubas e muitas outras.Também proliferam em grande abundância palmitos jussara e samambaiaçus.
Sem contar as vastas quantidades de fungos, algas e bactérias.
A diversidade de espécies animais de todos os tipos é igualmente fantástica. Entre as aves podemos citar algumas como o jacu, o macuco, a jacutinga, o tiê sangue, o tucano, as araras, as saíras, as arapongas muitos beija flores.
Povoam também os diversos habitats desse bioma jiboias, jararacas, corais, lagartos diversos como o teiú, anfíbios inumeráveis, incontáveis artrópodes e numerosas espécies peixes.
Mas lamentavelmente um grande número de espécies já foi extinto e muitas outras estão ameaçadas de extinção, principalmente por causa das severas alterações antrópicas promovidas pelo inigualável crescimento demográfico na região, as alterações climáticas, o avanço do agro negócio, a caça e a exploração predatória e a fragmentação dos habitats.
Entre as espécies mais ameaçadas podemos citar o mico leão dourado, o mono carvoeiro, a onça pintada, o sagui da serra escuro entre outras tantas que compõem uma extensa lista vermelha de organismos em situação de eminente desaparecimento.
A floresta apresenta variados extratos e espécies vegetais, sendo a paisagem fitogeográfica moldada pelo clima, o relevo, a pluviosidade, e o tipo de solo.
Ressalta-se a vegetação caracterizada pela FLORESTA OMBRÓFILA, A FLORESTA ESTACIONAL DECÍDUA, A FLORESTA ESTACIONAL SEMI DECIDUAL, A MATA DE ARAUCÁRIA, além de estratos arbóreos rasteiros de diversos tipos.
PAMPA
Geologicamente as formações mais antigas dos terrenos que compõem a região dos pampas e do relevo gaúcho datam do arqueozóico, 3,8 a 2,5 bilhões de anos atrás.
O pampa é um bioma originalmente de vegetação predominantemente de campo, que testemunha uma formação caracterizada em sua gênese por um clima seco e frio.
O pampa é um bioma composto em sua maior parte basicamente por gramíneas, apresentando entretanto várias fisionomias fitogeográficas compondo uma área de 176.496 km2 ocupando 2,7% do teritótio brasileiro em termos percentuais.
Assim, o bioma é mais heterogêneo do que parece onde a vegetação predominante ocupa hoje, cerca de 23% do seu território de abrangência.
Os ambientes lacustres e outros corpos d’ água ocupam quase 10%, com destaque para a Lagoa dos Patos, a Lagoa Mirim e a Lagoa mangueira.
Aproximadamente 13% do seu território é ocupado por um mosaico de campos diversos, entremeados por florestas de vários tipos que ocorrem principalmente junto aos cursos d’ água com destaque para as matas ciliares.
Mas também regiões tipicas de mata atlântica avançam sobre o teritório dos pampas pricipalmente próximo do litoral ocupando uma área em torno de 16% do seu território total.
O restante da área, cerca de 48% é explorado intensivamente pelo agronegócio formando os agro ecossistemas.
Esses agro ecossistemas, têm alterado sobremaneira as paisagens naturais dos pampas, causando enormes perdas de habitat e ameaçando muito da sua biodiversidade ainda pouco conhecida.
Observa-se assim diferentes habitas inseridos no bioma como os campos planos, regiões rupestres, campos de planalto, campos de areais, ecótonos com confluências de campos e florestas e regiões com formações rochosas do escudo cristalino da Serra do Sudeste formando afloramentos esparsos ou contínuos.
O bioma pampa é um dos ambientes mais devastados pelas ações das atividades humanas na região restando apenas menos de 36% de sua área original.
Apesar da área remanescente da original estar muito reduzida, ela abriga ainda cerca de 2169 espécies distribuídas em 502 gêneros e 89 famílias de organismos vivos, indicando um alto índice de biodiversidade.
É bom ressaltar que cerca de 990 destas espécies são exclusivas do pampa, caracterizando um alto endemismo mesmo diante de tanta interferência antrópica na região.
O endemismo edáfico, isto é aquele relacionado com os tipos de solos é bem marcante.
Segundo alguns autores, o clima se modificou na região a partir de 10 mil anos atrás com uma elevação das temperaturas, que se tornou mais úmido há cerca de 4 mil anos atrás favorecendo o avanço lento de formações florestais, que se acentuou sobremaneira a partir de mil anos atrás.
Entre as diferentes unidades fisionômicas características que povoam os campos sulinos podem ser citadas as paisagens dos campos de planalto, os campos de pau ferro, os campos de espinilho, os campos de campanha, campos de areais, campos litossólicos e campos de solos profundos.
Grande parte da região dos pampas é composta de latossolos profundos, muito mecanizáveis e amplamente utilizados para atividades agricolas de vastas culturas de trigo no inverno, soja e milho no verão e também de rizicultura.
O avanço da silvicultura principalmente de Eucaliptus, Acácias e pinus, todas com potencial invasor extremamente severo, promovem alterações naturais graves no ambiente.
Contraditoriamente, o que tem mantindo ainda muito da biodiversidade já tão ameaçada é a pecuária que embora seja praticada sem o manejo adequado ainda assim é bem menos impactante do que a conversão deste importante bioma para as atividades de agricultura intensiva e a silvicultura de espécies invasoras.
Estas atividades, principalmente a silvicultura, afetam sobremaneira a sobrevivências das espécies heliófilas, ou seja aquelas que dependem de intensa insolação, como as plantas C3 que dominam a vegetação deste ambiente.
O manejo adequado das atividades de criação de gado com a carga adequada de animais de forma a manter a biodiversidade proporcionaria segundo estudos uma produtividade três vezes maior que a produção e utilização não sustentável dos ambiente naturais dos campos sulinos.
Outras alternativas para a conservação do bioma e sua rica e ainda desconhecida biodiversidade, além da prática da pecuária de forma planejada e sustentável, seriam a criação de mais unidades de conservação e a utilização dos vastos campos para a produção de energia eólica ou solar por exemplo.
PANTANAL
O bioma Pantanal é uma região fitogeográfica com predominância de planícies alagadas muito rica em biodiversidade. O bioma Recebeu da UNESCO o título de Patrimônio Cultural da Humanidade.
Localizado nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, ocupa uma área de 150. 355 km2. Em termos percentuais, ocupa 1,76% do nosso território.
Mas pantanal é um bioma que avança para além das fronteiras do Brasil, ocupando também territórios da Bolívia e do Paraguai.
A paisagem geográfica apresenta aspectos variados em seu relevo. Além das vastas planícies que compõem o seu território, exibe também áreas com depressões rasas, morros, serras e chapadas.
O clima tropical é marcante na região com duas estações bem distintas, um verão chuvoso com altos índices de pluviosidade com chuvas que variam de 1000 a 1500 mm por ano e um inverno seco.
As atividades do bioma são assim bem adaptadas à essas condições ambientais, marcadas pelo ciclo da água, onde durante as chuvas os campos de planície e depressões são alagados, obrigando os animais a se refugiarem nos pontos mais altos.
Após as chuvas, vem um período de vazante conforme as águas vão baixando, expondo vastos campos com vegetação de gramínea, seguida por um período de seca, onde alguns rios não perenes secam.
A vegetação do pantanal além das gramíneas, é caracterizada por CAPÕES, bosques pequenos esparsos entremeados nos campos e BOSQUES maiores, localizados nas partes mais altas denominadas CORDILHEIRAS.
Por sua localização geográfica, possui assim, áreas vegetais compondo regiões de transição com outros biomas, mormente a amazônia, o cerrado e a mata atlântica com os quais faz fronteira, constituindo os ECÓTONOS.
A fauna abriga espécies numerosas que compõem uma rica biodiversidade local, além de receber espécies migratórias, principalmente aves que acorrem para a região em busca de alimento e ambiente propício para a reprodução.
São conhecidos no bioma Pantanal cerca de 3500 espécies de plantas, e mais de 1000 espécies de vertebrados, entre eles felinos, canídeos, macacos como o Bugio, répteis e inúmeras aves como os tucanos e araras que dão um colorido especial na paisagem.
Também seu ecossistema aquático característico possibilita a existência de um grande número de espécies de peixes, que concorrem para o suprimento alimentar de todas as espécies que habitam aquelas paragens, inclusive os humanos.
Infelizmente o Pantanal é também o lar de muitas espécies em extinção como o lobo guará, o tamanduá bandeira, o cervo do pantanal, várias espécies de onças, além de muitas aves entre outros.
O turismo, principalmente de pesca, a caça predatória e a pecuária intensiva têm causado impactos no ambiente do pantanal, com perdas preocupantes e alterações significativas na ecologia regional e nos estoques naturais de biodiversidade.
MATA ATLÂNTICA, É PRECISO PROTEGER!
Esse bioma tem em suas divisas várias bacias hidrográficas importantes.
Portanto é essencial para a regulação hídrica em sua área de abrangência e vital para a proteção dos mananciais superficiais e subterrâneos.
Pela área remanescente, 7% apenas da cobertura original, dá para imaginar quantas espécies importantes desapareceram sem nem mesmo serem descobertas ou catalogadas.
Muitos outros organismos ecologicamente associados a esse ambiente igualmente foram extintos.
Quantos artrópodes, fungos e micro organismos decompositores desapareceram! Dá para imaginar?
Tudo em poucos séculos de destruição e ocupação humana! São 93% de áreas naturais depredadas. É muita coisa!
Os prejuízos em valores de serviços ecossistêmicos são enormes, incalculáveis.
Talvez a possibilidade de cura para muitas doenças se perderam para sempre.
Mas o que resta é responsabilidade nossa, no presente momento e precisamos estar atentos.
Embora a gigantesca devastação já perpetrada, a vegetação remanescente abriga ainda cerca de 20 mil espécies de plantas, sendo cerca de 8 mil espécies endêmicas.
O bioma é o lar ainda de 270 espécies de mamíferos, 350 espécies de peixes, 370 espécies de anfíbios, 200 espécies de répteis e 849 espécies de aves.
A quantidade de artrópodes é fantástica e a de fungos, protistas diversos e bactérias é até mesmo difícil de estimar.
Inquietante realidade! São 93% da vegetação original do bioma Mata Atlântica perdidos para sempre! Mas… Podemos salvar o que resta?
VOCÊ SABIA?
O desmatamento do bioma Cerrado e a devastação da Amazônia podem comprometer o equilíbrio ecossistêmico do Pantanal.
Esse bioma é muito regulado pelo ciclo das águas e os principais rios que fluem nesta região e que promovem as cheias dos seus alagadiços nascem nas chapadas e planaltos do Cerrado.
Além disso, muito do regime de suas chuvas é proveniente da umidade da floresta amazônica, levada para essas áreas pelos ventos vindos do Oceano Atlântico através dos chamados Rios Voadores.
Os Rios Voadores constituem um fenômeno onde a umidade da evaporação dos rios da bacia amazônica e da evapotranspiração de sua floresta sofre empuxo em direção aos andes.
Esse empuxo é provocado pelos ventos alísios provenientes do Atlântico junto com partículas de poeira e minerais do Deserto do Saara que ajudam na aglutinação e condensação da umidade, servindo também como contribuinte de nutrientes que realimentam os estoques de muitos minerais necessários para sustentação da vida levados ao solo pelas chuvas.
Ao se chocar com a Cordilheira dos andes essa massa de umidade faz uma curva sendo despejada como chuvas no Pantanal e no Cerrado alimentando as nascentes e os aquíferos da região com grande influência no funcionamento ecológico destes biomas.
AMBIENTES COSTEIROS DA ZONA MARINHA – COSTÕES ROCHOSOS
Costão Rochoso é um tipo de ambiente costeiro da zona marinha caracterizado por vegetação bem peculiar habitando substrato de rocha intemperizada pelas condições proporcionadas pelo clima influenciado pelo mar.
O vídeo mostra este tipo de ambiente localizado na costa brasileira, na cidade litorânea de Rio das Ostras – RJ, o MONUMENTO NATURAL DOS COSTÕES ROCHOSOS.
Os Costões Rochosos do litoral do Brasil são de origem vulcânica e constituem ambientes diversificados com variados graus de exposição à luz e ao contato com a água do mar.
Assim, sua vegetação e sua fauna pode variar conforme sua proximidade com as ondas ou o seu afastamento para mais além.
Os locais que recebem apenas respingos do choque das ondas com as rochas, são habitats propícios para liquens, bromélias de diversos tipos, baratas d` água e outros pequenos animais.
Na região mais em contato com a água vivem anêmonas, ouriços, diversos crustáceos, algas verdes, mexilhões e cracas entre outros.
Mais distante em direção à terra, os Costões Rochosos abrigam plantas variadas, geralmente com folhas grandes e grossas, muitas espécies floríferas, que dão um encantamento especial ao ambiente.
Muitos peixes dependem de habitats localizados na confluência entre as pedras e a água para se reproduzirem.
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