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quinta-feira, 21 novembro 2024

Nasa anuncia descoberta de água na superfície da Lua

O Observatório Estratosférico de Astronomia Infravermelha da NASA (SOFIA) detectou moléculas de água (H2O) na Cratera Clavius, uma das maiores crateras visíveis da Terra, localizada no hemisfério sul da Lua.

A notícia foi divulgada pela NASA (National Aeronautics and Space Administration), a agência aeroespacial americana no dia 26/10/2020.

Os dados do SOFIA revelaram pela primeira vez presença de água líquida em concentrações de 100 a 412 partes por milhão em uma região da superfície lunar sob luz solar.

Pesquisas anteriores já tinham detectado alguma forma de hidrogênio, entretanto não foram capazes de distinguir entre as moléculas observadas nada de conclusivo que remetesse a uma distinção clara entre a água e seu parente químico próximo, a hidroxila (OH).

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O diretor da Divisão de Astrofísica do Diretório de Missão Científica na Sede da NASA em Washington, Paul Hertz, afirmou: “Tivemos indicações de que H2O, a água familiar que conhecemos, pode estar presente em locais iluminados pelo sol na Lua”.

Sofia. Foto: Daniel Rutter – Nasa

“Agora sabemos que (a água) está lá. Esta descoberta desafia nossa compreensão da superfície lunar e levanta questões intrigantes sobre recursos relevantes para a exploração do espaço profundo”, disse Hertz.

A Nasa está ansiosa para aprender tudo o que puder sobre a presença de água na Lua antes de enviar a primeira mulher e o próximo homem para a superfície lunar em 2024, através do ARTEMIS, o programa da agência espacial americana que pretende estabelecer uma presença humana sustentável no satélite natural da Terra até o final desta década.

A água é um recurso precioso e um ingrediente chave da vida como a conhecemos em nosso mundo. Se a água encontrada pelo SOFIA pode ser facilmente acessível para uso como um recurso na Lua ainda está para ser determinado.

Pesquisas de outras missões em anos anteriores subsidiaram em muito os dados revelados agora.

Presença de gelo em crateras permanentemente sombreadas ao redor dos pólos lunares já tinham sido confirmadas por diversas missões orbitais e de impacto nos últimos 20 anos, como o Satélite de Observação e Detecção de Crateras Lunares da NASA .

Também, várias espaçonaves – incluindo a Missão Cassini e a Missão do cometa Deep Impact, bem como a Missão Chandrayaan-1 da Organização de Pesquisa Espacial da Índia e o Infrared Telescope Facility da NASA, perscrutaram amplamente a superfície lunar, tendo encontrado evidências de superfície hidratada em várias e amplas regiões ensolaradas.

No entanto, essas missões foram incapazes de distinguir definitivamente a forma em que o recurso hídrico estava realmente presente.

O SOFIA, usando seu “Faint Object infravermelho CAmera para o Telescópio SOFIA” (FORCAST), um telescópio de 106 polegadas de diâmetro, foi capaz de pegar o comprimento de onda específico exclusivo para moléculas de água, em 6,1 mícrons e descobriu uma concentração relativamente surpreendente na Cratera Clavius iluminada pelo sol.

Até então, a lógica é que sem uma atmosfera densa, a água na superfície lunar quando iluminada pelo sol deveria se perder para o espaço. Mas de alguma forma, estas novas descobertas indicam que diversas condições podem estar contribuindo para a formação da água líquida e a sua retenção no solo lunar mesmo em situações de exposição ao sol.

Algumas hipóteses foram levantadas para explicar a presença de água líquida na Lua e a sua retenção.

O impacto de micrometeoritos carregando pequenas quantidades de água, podem estar depositando-a diretamente na superfície lunar.

Uma outra possiblidade é que o hidrogênio fornecido pelo vento solar à superfície do satélite, poderia estar realizando uma reação química com o oxigênio dos minerais do solo, formando moléculas de hidroxila que em interação com a radiação do bombardeio dos micrometeoritos, poderiam estar sendo transformadas em água.

O acúmulo de água na Lua poderia ser explicado pela adsorção das moléculas de H2O às partículas do solo onde estariam protegidas da incidência direta da luz solar.

O Sofia é um avião Boeing 747, modificado com a inclusão de um telescópio de 106 polegadas de diâmetro, que faz suas observações a partir da estratosfera da Terra.

Bibliografia

SEAN, Potter. SOFIA da NASA descobre água na superfície da lua iluminada pelo sol. Nasa. [S.I]. Washington, USA. (2020).

Disponível em: https://www.nasa.gov/press-release/nasa-s-sofia-discovers-water-on-sunlit-surface-of-moon/

Honniball, CI, Lucey, PG, Li, S. et al. Água molecular detectada na Lua iluminada pelo sol por SOFIA. Nat Astron (2020). 

Disponível em: https://doi.org/10.1038/s41550-020-01222-x

* Este conteúdo pode ser aprimorado conforme novas informações, novas evidências, novos conhecimentos, em acordo com o progresso da ciência. *
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Jefferson Alvarenga

Jefferson Alvarenga é criador e editor do Site Biota do Futuro. Biólogo, Pós Graduado em Gestão da Saúde Ambiental e em Imunologia e Microbiologia. Apaixonado por educação, pesquisa e por divulgação científica.
Como citar este conteúdo: ALVARENGA, Jefferson. Nasa anuncia descoberta de água na superfície da Lua. Biota do Futuro [S.I]. Betim, Minas Gerais, 29 de outubro de 2020. Notícias. Disponível em https://www.biotadofuturo.com.br/nasa-anuncia-descoberta-de-agua-na-superficie-da-lua/. Acesso em: 21/11/2024.

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