As florestas obedecem uma configuração organizada em diferentes camadas arbóreas. Cada camada tem características específicas e abriga diferentes tipos de plantas e animais.
Essa organização em camadas é denominada estratificação e ocorre quando as variadas populações da comunidade vegetal, ocupam alturas diversas verticalmente, com as copas das árvores formando aglomerados bem nítidos em niveis diferentes.
Cada uma dessas camadas desempenha um papel crucial no ecossistema da floresta, contribuindo para a biodiversidade e a saúde geral do ambiente florestal.
O conjunto específico de espécies vegetais em cada estrato, apresenta adaptações distintas para aproveitar os recursos disponíveis em cada nível. Essa organização vertical é influenciada por fatores como luz, umidade, temperatura, nutrientes, e competição.
A estratificação favorece a diversidade de espécies e a coexistência dentro da comunidade em diferentes nichos, cada espécie com sua função ecológica, colaborando no funcionamento do ecossistema, desempenhando um papel específico no ambiente.
A produção de biomassa, a ciclagem de nutrientes, a regulação do clima local, a polinização, a dispersão de sementes e a disponibilidade de alimentos, são exemplos de serviços ecossistêmicos prestados pelas diversas populações, resultante das interações ecológicas dentro de cada estrato.
Em uma floresta tropical, por exemplo, encontramos a vegeação distribuída nos seguintes estratos, a camada EMERGENTE, com árvores muito grandes que se sobressaem acima de todo o conjunto da floresta; o DOSSEL, a camada formada pelas copas da maioria das árvores mais altas, entretanto menores que as emergentes; o SUB-BOSQUE, localizado abaixo do dossel, composto por árvores, arbustos, mudas e plantas jovens de todos os estratos; e mais abaixo o estrato HERBÁCEO que Inclui gramíneas, pequenas ervas, samambaias e diversas outras pequenas plantas, muitas com flores.
Muitas árvores da vegetação do sub bosque e as mudas e plantas jovens abaixo dela, crescem com o tempo, permitindo o progresso da floresta, perpetuando sua existência, substituindo as perdas que ocorrem naturalmente ou por qualquer outra causa. Essa comunidade arbórea, é a FLORESTA DO FUTURO, na medida em que converge para a formação da vegetação que irá manter o próprio sub-bosque e também compor os estratos superiores no porvir, concorrendo para o equilíbrio ecológico e climático da região onde está inserida.
Os distúrbios naturais ou de origem antrópica, como os incêndios e a supressão de árvores pelo dematamento, podem alterar e simplificar a estrutura da floresta, modificar a distribuição dos estratos, diminuir a resiliência e comprometer a renovação importantíssima para que a floresta do futuro prospere.
A superfície do solo, por sua vez é composta por folhas caídas, galhos e matéria orgânica em decomposição. É um habitat importante para insetos, vermes, larvas, fungos e diversos microorganismos que ajudam na bioturbação, na degradação da biomassa morta e na reciclagem de nutrientes.
Imagem da capa – Foto de Valentin S – por pexels.com – Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/arvores-altas-589802/
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