O báculo é um osso peniano encontrado em alguns mamíferos, inclusive na maioria primatas. O báculo é um osso extraesquelético, o que implica que ele não está conectado com o resto do esqueleto, mas que flutua no tecido no interior e no final do pênis.

Em tempos remotos os humanos também o tinham, mas no decorrer da história evolutiva da nossa espécie o báculo desapareceu.

A palavra é proveniente de “baculum” que significa “bastão” em latim com origem que remonta ainda no grego com o vocábulo “baklon”.

O báculo pode variar em tamanho, conforme a espécie em que é encontrado, podendo ter menos de um milímetro, o tamanho de um dedo, medir até 60 cm como no caso das morsas, podendo chegar a quase um metro em alguns animais e sua forma varia de um espinho semelhante a uma agulha até a forma de um dente.

O tamanho do báculo pode ter muito a ver com os níveis de competição pelo acasalamento, os machos das espécies que enfrentam níveis elevados de competição sexual pelas fêmeas têm báculos mais compridos que os que enfrentam níveis mais baixos.

Traçando a sua história evolutiva, cientistas encontraram evidências que sugerem que o osso peniano teria surgido nos mamíferos há mais de 95 milhões de anos, durante o período Cretáceo. Nos primatas ele estaria presente desde 50 Milhões de anos atrás aproximadamente.

“O báculo tem um papel importante nas espécies em que os machos enfrentam altos níveis de competição sexual.”

“Prolongar a penetração ajuda a macho impedir que a fêmea copule com os concorrentes, aumentando as chances de passar seu material genético adiante” – informaram os antropólogos Matilda Brindle e Christopher Opie envolvidos no estudo que investigou a origem e a evolução do osso.

O osso peniano, teria desaparecido em humanos após a evolução para o Homo erectus, devido ao fato das relações sexuais terem se tornados monogâmicas, há cerca de 1,9 milhão de anos e também pelo fato de o início e fim dos intercursos terem se tornado mais rápidos.

As pesquisas sobre esse assunto foram publicados em 2016 por cientistas da University College London (UCL) no periódico científico Proceedings of the Royal Society B.

Após 50 Ma atrás o báculo se tornou menor em algumas espécies e maior em outras, sendo que o tamanho corporal dos indivíduos que o possuem nada tem a ver com as dimensões do mesmo.

Entre os primatas, por exemplo, no macaco arctoides, espécie que não pesa mais de dez quilos, o osso do pênis tem até cinco centímetros, enquanto nos chimpanzés, ele tem entre seis e oito milímetros apenas.

Como a espécie humana não possui báculo, a rigidez da erecção é conseguida inteiramente graças à pressão sanguínea no corpo cavernoso do membro sexual.

O báculo não estava presente nos mamíferos mais ancestrais. O osso só se desenvolveu depois da divisão dos mamíferos em placentários e não placentários, há uns 145 milhões de anos.

O ancestral comum mais recente dos primatas e dos carnívoros o tinha, indicando que sua origem nestes grupos data de periodo anterior à divergência evolutiva destas duas ordens específicas de mamíferos há cerca de 95 Milhões de anos.

O estudo da evolução do báculo evidenciou também que comprimento do báculo não pôde ser previsto a partir da massa dos testículos em primatas e carnívoros. Qualquer relação que possa ser observada entre o comprimento do baculum e a massa dos testículos pode simplemesnte uma obra do acaso.

Entretanto a intromissão prolongada durante o acasalamento, a reprodução sazonal e a poligamia, sugerem báculos mais longos, em carnívoros e primatas. O báculo tem a função de atuar como uma haste de suporte, fortalecendo o pênis e protegendo a uretra durante a cópula. Atua também para facilitar o aporte espermático no colo do utero da fêmea.

Bibliografia

El País. Por que os humanos perderam o osso do pênis. Ciência, El País [S.I]. Espanha, dezembro 2016. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2016/12/19/ciencia/1482138727_467676.html. Acesso em: 03/06/2024 às 10:25 h.

BRINDLE, Matilda e OPIE, Christopher. Postcopulatory sexual selection influences baculum evolution in primates and carnivores. The Royal Society – Proceedings B [S.I. Londres, Dezembro 2016. Disponível em: https://royalsocietypublishing.org/doi/10.1098/rspb.2016.1736. Acesso em: 03/06/2024 às 13:30 h.

Redação. Por que os homens não têm osso no pênis? Cientistas têm resposta. Revista Veja [S.I]. São Paulo, Dezembro 2016. Disponível em: https://veja.abril.com.br/ciencia/por-que-os-homens-nao-tem-osso-no-penis-cientistas-tem-resposta/. Acesso em: 03/06/2024 às 16:00 h.