No Brasil existem duas famílias principais de serpentes peçonhentas. A Família Viperidae ( gêneros Bothrops, Bothrocophias, Crotalus e Lachesis) e a família Elapidae (gêneros Micrurus e Leptomicrurus).
As serpentes venenosas dos gêneros Bothrops e Bothrocophias são as jararacas, jararacuçus, urutus, caiçaras, e comboias estas últimas também chamadas jararacas do norte. As do gênero Crotalus são as cascavéis. As do gênero Lachesis são as surucucu-pico-de-jaca. Finalmente as do gênero Micrurus e Leptomicrurus são as corais verdadeiras.
As toxinas das peçonhas de cada uma delas são bem características e com efeitos locais e sistêmicos muito específicos.
O envenenamento pela picada de qualquer uma delas pode levar à morte ou à sequelas muito graves dependendo da espécie, tamanho, idade do animal, quantidade de peçonha injetada, sensibilidade alérgica da vítima, rapidez no socorro entre outros.
Os acidentes com serpentes do gênero Bothrops, são os mais comuns no Brasil. Em segundo lugar vem as do gênero Crotalus, em terceiro as do gênero Lachesis e por último as do gênero Micrurus.
O veneno do gênero Bothrops possui especialmente atividade proteolítica e hemolítica.
O veneno do gênero Crotalus possui principalmente ação miotóxica e neurotóxica. Os efeitos protelolíticos e hemolíticos são moderados. A crotoxina é um complexo neurotóxico amplamente presente no veneno das serpentes desse gênero.
O veneno do gênero Lachesis provoca ação proteolítica, hemorrágica e neurotóxica.
O gênero Micrurus possui atividade neurotóxica potente em seu veneno.
A surucucu-pico-de-jaca é a maior serpente peçonhenta do Brasil. Seu habitat é a floresta Amazônica e os remanescentes da Mata Atlântica.
É bom ressaltar que qualquer acidente com serpentes pode ocasionar também infecção local por bactérias diversas, podendo se expandir para efeitos sistêmicos graves inclusive.
Em caso de acidente com serpentes venenosas, algumas atitudes são relevantes. Manter a calma é primordial.
Lavar o local da picada com água e sabão, manter o corpo hidratado, o paciente deitado e o local acidentado elevado para evitar ou diminuir o edema, também são providências indicadas antes de receber o tratamento médico.
Em hipótese alguma amarre o local da picada com torniquetes pois isso pode agravar a situação.
Nunca faça cortes ou furos com agulhas no local da picada. Em hipótese alguma sugue o local da picada.
Não perca tempo tentando capturar a cobra. No hospital o médico fará exames para confirmar o envenanamento e saber o tipo de soro que será ministrado caso necessário.
Vá imediatamente ao hospital mais próximo para tomar o soro antiofídico específico. Vale lembrar que o soro específico é o único tratamento eficiente para picadas de cobras.
Em Minas Gerais, o Governo do Estado mantém em seu Site, ORIENTAÇÕES sobre o assunto e uma lista de UNIDADES HOSPITALARES que disponibilizam o soro contra envenamento por animais peçonhentos.
Também o Ministério da Saúde disponibliza orientações básicas sobre acidentes ofídicos com informações sobre SINTOMAS, TRATAMENTO e PREVENÇÂO e também uma relação de HOSPITAIS DE REFERÊNCIA para atendimento em todo o Brasil.
Em todos os casos é sempre bom confirmar através dos contatos listados a existência do medicamento na unidade de saúde apontada mais próxima. Em caso de dúvidas ligue para o SAMU 192 ou para o Corpo de Bombeiros 193.
E lembre-se, nunca busque soluções alternativas. O médico é o único profissional capacitado a diagnosticar e prescrever qualquer tipo de tratamento.
Bibliografia
CHARLES, Henrique Abrahão. Biólogo Henrique – O Biólogo das Cobras [S.I]. Macaé, RJ, 2024. Disponível em: https://www.biologohenrique.com. Acesso em 20/11/2024 às 7:35 h.
Capa – Imagem de Gerson Rodriguez por Pixabay. Disponível em: https://pixabay.com/photos/middle-american-rattlesnake-snake-2001568/
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