O planeta Terra, segundo demonstram as mais modernas evidências científicas, possui aproximadamente de 4,6 bilhões de anos.
Desde a sua formação até os dias atuais, o intervalo de tempo de sua longa existência constitui o TEMPO GEOLÓGICO.
O tempo é imaterial. Os acontecimentos e a marcas que eles deixam nas paisagens, nas sociedades e na estrutura do planeta é que caracterizam as diferentes fases de sua evolução.
O longo tempo geológico é dividido em UNIDADES GEOCRONOLÓGICAS, intervalos de tempo formando uma escala geológica para fins de melhor compreensão dos estudos dos eventos que caracterizaram sua formação.
A geocronologia da Terra é demarcada por vestígios físicos e biológicos presentes na camadas CRONOESTRATIGRÁFICAS das rochas que a compõem.
Esse vestígios demonstram que as grandes transformações físicas e biológicas por que a Terra passou ocorreram de forma muito lenta.
Ocorrências presentes no registro fóssil, caracterizam a bioestratigrafia presente nas rochas.
Ao estudo da história da formação e evolução da Terra dá-se o nome de Geologia e a Paleontologia estuda as formas de vida que viveram em um passado remoto através da observação e análise dos registros fósseis.
O AMBIENTE PARA O INÍCIO DA VIDA
Nos primórdios da formação do planeta Terra, o nosso jovem sol emitia segundo algumas teorias, bem menos radiação e consequentemente menos calor atingia o nosso mundo em evolução.
Com isso, o efeito estufa gerado pelos gases da atmosfera primitiva, e também o intenso calor que era emanado do centro da terra, mantinham as temperaturas superficiais em um intervalo propício à manutenção da água em estado líquido.
Assim, as condições para o surgimento da vida estavam delineadas aliadas à presença de pressões atmosféricas ideais que puderam gerar um ciclo hidrológico perene com água suspensa na atmosfera e gelo nos pólos.
A vida surge de condições ambientais que favoreceram a interação entre moléculas cada vez mais elaboradas, a ponto de os próprios organismos também atuarem moldando e melhorando o ambiente.
ÉONS, ERAS, ÉPOCAS PERÍODOS E IDADES
Os éons representam as grandes fases de desenvolvimento do planeta, com eventos característicos que levaram longos intervalos de tempo para acontecer de forma lenta e gradual.
As maiores mudanças que aconteceram desde o período da terraformação e que ainda prosseguem, orientaram a divisão de sua história geológica em quatro éons, HADEANO, ARQUEANO, PROTEROZÓICO E FANEROZÓICO.
Sucessivamente, mudanças de menor magnitude, mas não menos importantes orientaram a subdivisão do tempo geológico em unidades menores. compreendidos por eras, períodos, épocas e idades.
O HADEANO corresponde ao tempo decorrido desde a formação dos planetas do sistema solar inclusive a Terra há cerca de 4,6 bilhões de anos, até a formação das primeiras rochas, a mais antiga datada de 3,85 bilhões de anos.
O nome deste éon vem do grego e significa HADES ou inferno. Na maior parte deste intervalo de tempo geológico a Terra era uma bola de magma derretido.
Possivelmente o material de acreção que bombardeava o corpo celeste em formação provocava o desprendimento de grandes quantidades de energia gerada pelos violentos impactos, fazendo com que enormes quantidades de calor fossem liberadas.
Também o decaimento radioativo de elementos no seu interior contribuíam para a fusão do material dos primórdios de sua formação.
O ferro mais denso foi para o centro em sua parte mais interna formando o núcleo. Os materiais menos densos, ricos em silicatos fizeram um caminho ascendente até a superfície. Materiais de densidades intermediárias, formaram o manto pastoso entre o magma de silicatos e o núcleo interno.
A superfície do magma derretido foi se esfriando aos poucos e formando o assoalho basáltico dos atuais oceanos. A crosta rochosa só pode se estabilizar após passar o período dos intensos bombardeios de meteoritos do espaço.
A atmosfera da Terra primitiva possivelmente era composta por vapor d’água (H2O), gás carbônico (CO2), monóxido de carbono(CO), dióxido de enxofre (SO2), cloreto de hidrogênio (HCl), nitrogênio (N2) e hidrogênio (H2) molecular.
O efeito estufa causado pelo acúmulo de CO2 manteve a Terra moderadamente aquecida, favorecendo que a água se mantivesse em estado líquido.
Parte de sua água provavelmente tenha origem na colisão de cometas com sua superfície, que também pode ter trazido outras moléculas precursoras necessárias às reações que mais tarde daria ensejo ao surgimento da vida.
A água acumulada na atmosfera, caía de volta à superfície em chuvas tempestuosas, o que colaborou para resfriar a crosta diferencialmete, enrugando-a sobremaneira.
Grãos de zircônio encontradas em rochas metamórficas na Austrália, permitiram sua datação em 4,4 bilhões de anos mostrando que já ocorria aí uma lenta consolidação da superfície prenunciando o surgimento das primeiras rochas que se efetivou há 3,85 bilhões de anos.
Embora o éon HADEANO não seja reconhecido pela União Internacional das Ciências Geológicas, ele é amplamente aceito pela comunidade científica.
O éon ARQUEANO teve início há 3,85 bilhões de anos. As primeiras rochas se mostravam consolidadas. O aporte de calor à superfície proveniente do interior do planeta era muito intenso.
Entretanto, o jovem sol emitia bem menos radiação que hoje, o que fazia com que as temperaturas na crosta fossem compatíveis ao surgimento da vida primitiva.
A água líquida pode dissolver substâncias de variadas naturezas químicas, principalmente compostos de carbono, dando ensejo às reações que viriam inaugurar rotas bioquímicas específicas que terminariam por dar condições ao surgimento dos primeiros seres vivos.
Existem poucos registros de rochas desse éon, dadas as grandes convulsões porque o ambiente terrestre passou, transformando-o completamente.
Havia intensa atividade vulcânica e geológica o que não permitiu a formação de continentes uma vez que as pequenas porções de terra existentes não podiam se aglomerar por causa da instabilidade que os cataclismos provocavam.
A atmosfera rica em CO2, porém muito pobre em oxigênio ainda limitava muito a existência da vida que se manisfestava com a presença de organismos procariotos, principalmente arqueabactérias extremófilas e bactérias especialmente cianobactérias. Eucariotos não foram encontrados no registro fóssil deste éon.
O éon PROTEROZÓICO começou há 2,5 bilhões de anos e se seguiu ao anterior transcorrendo até 542 milhões de anos atrás e foi marcado pela continuidade do processo de evolução do planeta e da vida primitiva já instalada.
A modificação da atmosfera com adição de mais oxigênio e retirada de gás carbônico continuou se processando à medida que os procariotos fotossintetizantes foram se especializando e também a camada de ozônio foi consolidada.
A crosta terrestre se fratura e surgem as PLACAS TECTÔNICAS. Formam-se as primeiras montanhas, e também os mares por acúmulo de água carregada com sais e minerais diversos carreados pelas chuvas torrenciais para as depressões e vales.
A vida prossegue evoluindo em complexidade com o surgimento das membranas celulares, tornando possível a compartimentação e a especialização dos processos bioquímicos no interior das células.
Estruturas celulares tornam-se capazes de atividades mais complexas, interagindo umas com as outras, associando-se e cooperando em tarefas mais elaboradas.
O material genético é envolto por uma carioteca. Surgem os eucariotos unicelulares.
Daí em diante, houve posteriormente, um processo de ENDOSSIMBIOSE, com os eucariotos unicelulares englobando bactérias parecidas com mitocôndrias com mútuos benefícios, possibilitando uma vantagem metabólica, com capacidade de degradação aeróbica de moléculas orgânicas, adquirindo assim, um rendimento energético mais elevado com a síntese de ATP.
O mesmo evento endossimbiótico aconteceu com o englobamento de cianobactérias parecidas com cloroplastos, por outros eucariotos unicelulares capacitanoo-os para a realização da fotossíntese.
Vestígios de organismos eucariotos multicelulares parecidos com cnidários, esponjas, braquiópodes e vermes foram encontrados em rochas datadas do Proterozóico, indicando o seu surgimento nesse éon. Surgem as clorofíceas.
O éon FANEROZÓICO é o atual. Começou há 542 milhões de anos. Neste éon a vida se manifestou com uma exuberância enorme no planeta.
As suas eras transcorreram assim, deixando vasto registro fóssil, caracterizando muitos eventos de menores magnitudes, que permitiram que fossem subdivididas em vários períodos, épocas e idades.
São três as eras em que o éon fanerozóico foi subdividido , a ERA PALEOZÓICA, a ERA MESOZÓICA e a ERA CENOZÓICA.
A era Paleozóica possui seis períodos, CAMBRIANO, ORDOVICIANO, SILURIANO, DEVONIANO, CARBONÍFERO E PERMIANO.
A era Mesozóica compreende três períodos, o TRIÁSSICO, o JURÁSSICO e o CRETÁCEO.
Por fim, a era Cenozóica engloba os períodos TERCIÁRIO e QUATERNÁRIO correspondendo à fase mais recente da história da Terra.
O que são ERAS?
Eras geológicas são intervalos do tempo da história da Terra que guardam características marcantes em relação à forma como os continentes se distribuíam em sua superfície e como os seres vivos se apresentavam nas diversas camadas estratigráficas de suas rochas.
As eras são intervalos do tempo geológico marcados por eventos que culminaram com momentos que registram grandes extinções de organismos vivos na natureza e surgimento de outros.
Essas grandes extinções em massa, aconteceram pelo advento de cataclismos de grande magnitude, que interferiram de forma generalizada no funcionamento e no equilíbrio dos ecossistemas, provocando o colapso das interações físicas e biológicas que sustentavam a vida.
PERÍODOS
Os períodos são unidades fundamentais do tempo geológico. O período constitui a subdivisão de uma ERA.
Excetuando as eras do Éon Arqueano, todas as outras era são divididas em períodos.
As épocas são subdivisões dos períodos, intervalos de tempo menores que marcam acontecimentos menos duradouros. Todos os períodos são divididos em épocas exceto aqueles que subdividem as eras do Éon Proterozóico.
As idades estabelecem as menores subdivisões da escala do tempo geológico que caracteriza a história da Terra.
Os eventos que marcaram esses intervalos tiveram breve espaço de tempo para acontecer.
Por isso apenas as épocas mais recentes tiveram registros que aconteceram rapidamente de forma a justificar a sua caracterização no tempo da história da evolução do nosso planeta.