Dez anos de trabalho. Muito esforço e dedicação. Dezenove expedições. E o resultado, a confirmação da descoberta de três novas espécies de tamanduás.
O anúncio foi feito por integrantes da equipe de pesquisadores composta por cientistas da UFMG e do Projeto Tamanduá, uma ONG envolvida em pesquisas da Biologia da Conservação.
As três novas espécies descritas são de TAMADUAÍ, um tipo raro de tamanduá de pequeno porte que vive em florestas da região amazônica e na mata Atlântica, especialmente da região nordeste.
O Tamanduaí é arborícola, isto é vive nas copas das árvores, possui hábitos noturnos, se alimenta de formigas, e é uma das três espécies de tamanduás que ocorrem no Brasil, dentre as quatro existentes em todo o mundo.
As outras duas espécies de tamanduás brasileiros são o Tamanduá Bandeira de grande porte e o Tamanduá Mirim de médio porte.
Os três novos achados receberam os nomes científicos de Cyclopes xinguensis, espécie catalogada na região do Rio Xingu, Amazônia; Cyclopes rufus, encontrada na região de Rondônia possuindo cor avermelhada, daí o nome; e a Cyclopes thomasi, identificada no Rio Amazonas, em sua margem direita, região entre o estado do Acre no Brasil e o Peru.
Até então a única espécie de Tamanduaí conhecida era Cyclopes didactylus. Tamanduás são mamíferos placentários da Super Ordem Xenarthra, Ordem Pilosa, Família Cyclopedidae, Gênero Cyclopes.
Saiba mais sobre a pesquisa, assistindo ao vídeo institucional do Projeto Tamanduá.
A descrição de espécies novas na natureza, percorre sempre um longo e árduo caminho científico com etapas que envolvem a descrição morfológica do animal de forma detalhada e criteriosa, a análise de DNA para comparações filogenéticas a nível molecular, o uso de modelos computacionais, a verificação de espécies já descritas com base na literatura e a comparação com espécimes guardados em coleções.
O trabalho que levou à descoberta e descrição dessas novas espécies é o resultado da pesquisa do curso de doutorado da Médica Veterinária Flávia Miranda, orientada pelo professor Fabrício Santos do Departamento de zoologia do instituto de Ciências Biológicas da UFMG.