Plutão é um planeta anão localizado a 5,7 bilhões de quilômetros do Sol. Um pequeno mundo gelado com montanhas e crateras e temperaturas médias que atingem incríveis -232 º C.
Plutão possui 5 luas, Styx, Nix, Kerberos, Hydra e Caronte. Caronte é a maior das luas a orbitar plutão. Caronte e Plutão possuem uma interação bem intrigante.
Ambos formam um sistema binário, os dois orbitam um centro de massa comum no espaço, ao invés de realizarem uma órbita normal como acontece com a Terra e a nossa Lua.
Recentemente, à partir de observações do Telescópio Espacial James Webb da Nasa, descobriu-se assinaturas químicas que revelam a existência de dióxido de carbono e peróxido de hidrogênio na superfície gelada deste satélite.
A descoberta foi feita por pesquisadores liderados pela astrônoma Silvia Protopapa e publicada na Revista Nature Communications.
Pode ser, que o dióxido de carbono encontrado na superfície de Caronte, venha de camadas subterrâneas expostas por impactos de asteróides.
Por outro lado, a presença de peróxido de hidrogênio em Caronte, pode indicar a existência de processos de oxidação, ocorrendo no presente em sua superfície.
O peróxido de hidrogênio pode estar se formando pela combinação de íons hidroxila, provenientes da quebra de moléculas de água pela ação de elétrons ou fótons.
A superfície rica em gelo de água de Caronte estaria sendo alterada ativamente pela luz ultravioleta do sol, por partículas energéticas do vento solar e por outros raios cósmicos.
Caronte é uma lua super fria rica em amônia, gelo de água e uma atividade geológca incomum, com criovulcões que expelem gelo de sua profundezas ao invés de magma quente.
A lua de plutão possui 1.214 km de diâmetro e está a cerca de 19.640 km do planeta anão. Com metade do tamanho de Plutão, Caronte é o maior satélite natural conhecido em relação ao objeto que orbita. A órbita de caronte em torno de Plutão dura 6,4 dias terrestres.
Outra curiosidade sobre os dois corpos transnetunianos é que ambos apresentam um fenômeno denominado bloqueio mútuo de maré, onde as mesmas superficies estão voltadas para um e outro o tempo todo.
A presença de moléculas de dióxido de carbono e peróxido de hidrogênio em Caronte, pode servir de base para os pesquisadores compreenderem melhor a origem de Caronte e outros objetos gelados nos confins do nosso Sistema Solar.
A lua Caronte foi descoberta em 1978. Localizada no cinturão de Kuiper, Caronte, Plutão e seus outros satélites naturais possuem inúmeros outros vizinhos cósmicos como cometas, asteróides e outros planetas anões.
Bibliografia
PROTOPAPA, Silvia et al. Detection of carbon dioxide and hydrogen peroxide on the stratified surface of Charon with JWST. Nature Communications [S.I]. Reino Unido, Outubro de 2024. Disponível em: https://www.nature.com/articles/s41467-024-51826-4 . Acessos em 04/10/2024 às 8:25 h.
BOLES, Dana. Charon. Nasa – Science [S.I]. USA, Fevereiro de 2024. Disponível em: https://science.nasa.gov/dwarf-planets/pluto/moons/charon/. Acesso em: 04/10/2024 às 9:35 h.
HAWKINS, Taylor. 45 Years Ago: Astronomers Discover Pluto’s Moon Charon. Nasa [S.I]. USA, Junho de 2023. Disponível em: https://www.nasa.gov/history/45-years-ago-astronomers-discover-plutos-moon-charon/. Acesso em: 04/10/2024 às 9:55 h.
GIANNINI, Alessandro. James Webb detecta evidências de água na superfície de uma lua de Plutão. Revista Veja – Ciência [S.I]. Editora Abril, São Paulo, Outubro de 2024. Disponível em: https://veja.abril.com.br/ciencia/james-webb-detecta-evidencias-de-agua-na-superficie-de-uma-lua-de-plutao/. Acesso em 04/10/2024 às 10:15 h.
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