A Nasa, Agência Espacial Norte Americana, tem planos para enviar em 2026 uma missão espacial de exploração a Titan, a maior lua de Saturno. Essa missão será realizada através de um drone que sobrevoará e pousará sobre a superfície da lua gelada com o propósito de investigar sobre a existência de condições químicas que poderiam ter dado ou estar dando ensejo a um possível surgimento, e desenvolvimento de vida extraterrestre.
A missão de pesquisa exobiológica, denominada DragonFly, será liderada por Elizabeth “Zibi” Turtle, uma cientista planetária do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins (APL) em Laurel, Maryland, informou a Nasa, anteontem, dia 27 de junho de 2019.
A superfície de Titan é totalmente encoberta por uma atmosfera essencialmente de nitrogênio. Estudos realizados pela Sonda Huygens lançada em Titan a partir da Missão da espaçonave Cassini em 2005, revelaram uma superfície com muitas características geológicas semelhantes às da Terra, apresentando planaltos, e desertos cheios de dunas. Nos pólos a huygens “viu’ mares e rios líquidos.
Em Titan podem estar acontecendo experimentos naturais para a formação da vida, desde milhões de anos atrás, na “sopa” formada por moléculas orgânicas e água, nos mesmos moldes que possivelmente ocorreram nos primórdios do surgimento da vida aqui na Terra. A missão Dragon Fly irá se apropriar dos resultados deste imenso laboratório de testes moleculares que é esta lua de saturno.
Créditos do vídeo: JOHNS HOPKINS APL
A chegada da DragonFly a Titan está prevista para ocorrer durante o inverno setentrional da lua em 2034, quando irá explorar os desertos equatoriais do satélite natural do “Senhor dos Anéis” do Sistema solar, procurando por crateras e vulcões de gelo cujas energias poderiam juntamente com a água líquida “acender o estopim” para o surgimento da vida naquele mundo distante.
As explorações poderão durar oito anos e levarão a cabo experimentos com um canhão de nêutrons, cuja radiação de raios gama irá diferenciar os terrenos da superfície de Titan entre dunas de areia ricas em carbono e gelo contendo amônia.
Uma perfuratriz de percussão rotativa localizada nos skids de aterrissagem do drone irão coletar amostras do solo cuja composição será analisada por um espectômetro de massa acoplado ao veículo. Também a atmosfera interior de Titan será analisada e um sismógrafo usará as vibrações oriundas das forças de maré induzidas por saturno para medir o oceano de água e amônia ou água e sulfatos possivelmente existente sob a sua crosta gelada.
A missão faz parte do programa New Frontiers, que lançou anteriormente a espaçonave New Horizons que pesquisou Plutão e seguiu em direção a MU69, um objeto localizado nos confins do Sistema Solar, a sonda Juno que orbita Júpiter atualmente e a Origins que orbita o asteróide Bennu para coletar amostras e enviá-las à Terra.
Bibliografia
VOOSEM, Paul. NASA will fly a billion-dollar quadcopter to Titan, Saturn’s methane-rich moon. Science. AAAS – American Association for the Advancement of Science. USA, 2019.
Disponível em: https://www.sciencemag.org/news/2019/06/nasa-will-fly-billion-dollar-quadcopter-titan-saturn-s-methane-rich-moon. Acesso em 28/06/2019, às 12:30h.
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